quinta-feira, 17 de julho de 2008
- diminutos
Tenho que diminuir os gastos, o tempo vago, minhas horas de sono, a minha grande e tola distração. Tenho que diminuir as lágrimas expostas - nuas no rosto pálido -, as lamentações das coisas que não foram, minha ingenuidade, meu grau irresponsabilidade, de sinceridade, a minha insistente e desvairada insanidade. Tenho que diminuir as emoções em altos picos. Dizem que isso é correr riscos demais. Tenho que diminuir o vício de correr riscos demais. Diminuir a quantidade de pensamentos que rondam minha mente. Diminuir a minha mente. Tenho que diminuir minhas mãos, que cismam em agarrar, afoitas, a tudo e a todos. Diminuir a quantidade de palavras que se alojam acomodadas dentro da minha boca. E, de minha boca, diminuir o tom da voz, junto com as futilidades ditas por dizer, largadas por aí, sem ter o que fazer em alguma mente ou em qualquer lugar. Tenho que diminuir meus olhares vagos, minhas inúmeras e teatrais expressões. Tenho que diminuir a quantidade de chocolate, a gordura localizada, a celulite, algumas medidas aqui e ali do meu corpo mutante, do meu corpo comandado, usado, abusado, inerente a minha mente (será?). Tudo isso para alongar minha vida. E qual vida se tem, quando se é diminuída? As favas com os diminutos. Tenho, sim, é que aumentar tudo para viver como tem que ser: vivendo. Só isso. Só isso tudo.
sexta-feira, 4 de julho de 2008
do it..
"Tá cansada, senta. Se acredita, tenta. Se tá frio, esquenta. Se tá fora, entra. Se pediu, agüenta. Se sujou, cai fora. Se da pé, namora. Tá doendo, chora. Tá caindo, escora. Não tá bom, melhora. Se aperta, grite. Se tá chato, agite. Se não tem, credite. Se foi falta, apite. Se não é, imite. Se é do mato, amanse. Trabalhou, descanse. Se tem festa, dance. Se tá longe, alcance. Use sua chance. Se tá puto, quebre. Tá feliz, requebre. Se venceu, celebre. Se tá velho, alquebre. Corra atrás da lebre. Se perdeu, procure. Se é seu, segure. Se tá mal, se cure. Se é verdade, jure. Quer saber, apure. Se sobrou, congele. Se não vai, cancele. Se é inocente, apele. Escravo, se rebele. Nunca se atropele. Se escreveu, remeta. Engrossou, se meta. Quer dever, prometa. Prá moldar, derreta. E não se submeta." (Lenine)
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